segunda-feira, 8 de novembro de 2010



A Justiça Federal do Ceará acatou liminar do Ministério Público Federal (MPF) e determinou a imediata suspensão do Enem 2010. A decisão vale para todo Brasil. A juíza da 7ª Vara Federal, Carla de Almeida Miranda Maia, acatou argumento do MPF, de que o erro da impressão das provas, que apresentava questões divididas entre o cabeçalho de Ciência e Natureza e de Ciências Humanas, levou prejuízo para os candidatos.
Para a juíza Carla de Almeida Miranda Maia, a disponibilização do requerimento aos estudantes prejudicados pela prova correspondente ao caderno amarelo e a intenção de realizar novas provas para os que reclamarem administrativamente não resolve o problema.
Segundo o procurador da República Oscar Costa Filho, a decisão vem trazer segurança e estabilidade a todos que enfrentam essa comoção nacional. O fato de o diretor do Inep ter aventado realizar provas separadas para o mesmo concurso apenas confirma o total desconhecimento dos princípios que informam os concursos públicos, entre os quais a igualdade.
As provas aplicadas a 3,3 milhões de candidatos apresentaram diversos erros. Vinte e um mil cadernos de prova amarelos apresentaram erro de montagem e não continham todas as 90 questões aplicadas nos sábado (6). Não se sabe ainda quantos candidatos foram prejudicados por esse problema, já que em cada local de aplicação há uma reserva técnica de 10% dos exames que permitiria a troca do material defeituoso. Para evitar cola, o Enem tem quatro versões de prova: amarelo, azul, rosa e branco. As questões são as mesmas, o que varia é a ordem. Em milhares de casos, por um erro no encarte, folhas do caderno de prova amarelo estavam misturadas com folhas da prova branca. Com isso, estudantes se depararam com questões repetidas ou ausentes.
Também no sábado, a folha em que os estudantes marcam as respostas das questões estava com o cabeçalho das duas provas trocado. O exame teve 90 questões, sendo a primeira metade de ciências humanas e o restante de ciências da natureza. Mas, na folha de marcação, as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza e as de 46 a 90, como de ciências humanas.
A gráfica RR Donnelley Moore, responsável pela impressão dos cadernos do Enem, emitiu nesta segunda-feira uma nota sobre o caso.
Segundo o texto, a impressão dos cadernos foi realizada dentro de rigorosos controles e o erro encontrado representa apenas 0,003% das 10 milhões de provas impressas. A gráfica informou que houve falha em um dos lotes de produção, que continha 33 mil cadernos amarelos com problema de ordenação. Desse total, 21 mil cópias foram distribuídas. O comunicado explicita que os erros se encontram "dentro da normalidade".
A gráfica também indicou que a manutenção do sigilo do conteúdo impede a leitura do material já impresso. Isto obriga a RR Donnelley Moore a "elaborar critérios especiais de verificação da qualidade de impressão, sem que esse conteúdo seja devassado", de acordo com a nota.




17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes será em dezembro, na África


Vem aí o 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes (FMJE), que será em Johanesburgo, África do Sul, entre 13 e 21 de dezembro

O FMJE é uma das principais expressões das lutas antiimperialistas, antifascistas e anticoloniais conduzidas por jovens. A realização do Festival pela primeira vez na África sub-saariana, em um país que vive importantes transformações e joga um relevante papel na geopolítica mundial, deve incrementar o caráter do evento: além de antiimperialista, este Festival pautará com força a luta da juventude pelas transformações sociais e o mundo em transição, além das questões raciais e de migração.

Organizado pela Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) juntamente com a União Internacional dos Estudantes, o 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes será o espaço para o intercâmbio de ideias e experiências, e constituirá uma plataforma para reunir esforços e intensificar as lutas nos países dos jovens participantes. Com 63 anos de tradição, o festival se consolidou no roteiro de atividades de organizações que lutam pela paz no cenário internacional. Nesta edição o Festival terá como tema: "Por um Mundo de Paz, Solidariedade e Transformações Sociais, derrotemos o imperialismo!".

No evento são discutidos temas de interesse da juventude mundial como educação, emprego, esporte, cultura, saúde, entre outras inúmeras atividades de intercâmbio social, também exposições, concursos artísticos e torneios esportivos.

História
O FMJE é o principal encontro internacional de juventude, cuja primeira edição foi realizada na cidade de Praga, antiga Tchecoslováquia, dois anos após o final da Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, teve como eixo central a denúncia dos crimes cometidos pelo nazifacismo. De lá para cá, o Festival percorreu os continentes europeu, asiático, africano e latino americano. O mais recente foi organizado na cidade de Caracas, capital da Venezuela, em agosto de 2005. Esta será a primeira vez que o evento ocorrerá na África subsaariana.

O festival deve reunir mais de 20 mil jovens no mês de dezembro no distrito de Soweto, bairro no subúrbio de Johanesburgo, que ficou mundialmente conhecido como palco de resistência anti-racista na luta contra o Apartheid, como foi o Massacre de Soweto em 1976, quando houve uma repressão policial a uma passeata estudantil com mais de 10 mil participantes. A África do Sul é também foi o foco de atenção de todo o mundo por sediar a Copa do Mundo de Futebol, em junho deste ano.

Juventudes unidas pela paz

Assista vídeo da Telesur, televisão venenuzelana, que apresenta vinheta do evento e entrevista com o secretário geral das Federação Mundial das Juventudes Democráticas, o cubano Jesus Morales.